quinta-feira, maio 15, 2008

Por vezes


Por vezes uma violência filha da puta.
Advém ela de tanta beleza que existe no mundo.
Sim, o mundo devia ser menos belo, visto que tão pouco tem de bondade.

Um violência filha da puta que me consome e me tem ... e que depois me abandona deixando-me no rosto a forma de um sorriso.

Uma violência filha da puta, violência filha da puta, filha da.

quarta-feira, abril 30, 2008

desaparecendo por desaparecer


Há quem reclame comigo por a minha espécie de blogue apenas falar de mulheres.
Crítica legítima e injusta, simultaneamente.

Injusta porque caso fale apenas de mulheres ...elas não são apenas mulheres.
Legítima caso realmente apenas fale de mulheres MAS o título do blogue sempre anunciou ausências...assim que....

E, de qualquer forma, mais íntimo não posso ser, afinal há muito tempo que perdi a faculdade de ter ideias (sim, houve um tempo em que as tive). Hoje em dia a minha cabeça são "notas de rodapé".
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Tudo passa,
Vai no vento...
Como uma folha caída.

Eu conto as horas da partida (não importa o que ficou).
A
lembrança do teu regaço faz de guia de meus passos...na direcção do Sol-pôr

sexta-feira, março 21, 2008

desaparecendo (n)a paixão de Cristo


Sexta-feira santa (para os católicos). Morte de Cristo.
Outra forma de dizê-lo: morte do Amor.
Poderia ser, "paganizando" mas não demasiado, morte de quem se ama.
Morte, por isso também, da mulher amada.

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Quando morreres chorar-te-ei a sério.
Aproximar-me-ei do teu rosto para beijar com desespero os teus lábios num último esforço cheio de presunção e de fé, para te devolver ao mundo que te terá relegado. Sentir-me-ei ferido na minha própria vida, e considerarei a história e o tempo partidos em dois por esse teu momento definitivo. Fecharei os teus surpreendidos e renitentes olhos com mão amiga, e velarei o teu cadáver esbranquiçado e mutante durante toda a noite e a inútil aurora (que te não terá conhecido). Retirarei a tua almofada, os teus lençóis humedecidos.
Eu, incapaz de conceber a existência sem a tua presença diária, hei-de querer seguir sem dilação os teus passos ao contemplar-te exânime. Irei visitar o teu túmulo, e falar-te-ei sem testemunhas do alto do cemitério após ter subido pela encosta e ter-te olhado com amor e cansaço através da pedra inscrita.

Verei antecipada na Tua a Minha própria morte, verei o Meu retrato e então, ao reconhecer-Me nas Tuas feições rígidas, deixarei de acreditar na autenticidade da Tua expiação por ela dar corpo e verosimilhança à Minha.

Porque ninguém está apto para imaginar a sua própria morte.

quinta-feira, março 20, 2008

desaparecendo (n)outros blogues I



Vi, noutro blogue (site, página pessoal, whatever...) uma fotografia muito curiosa, na qual, a proprietária do blogue (site, página pessoal, whatever...) aparece auto-fotografada (de certa forma todas as fotografias são auto-fotografias; ao menos todas são "auto") no meio (deitada no campo, misturada com...) de flores.
A descrição que fiz é horrível...mas enfim, a fotografia é bastante interessante.

Fiz um pequeno comentário no blogue dela acerca da fotografia ao qual ela respondeu e eu não contra-argumentei (trata-se do blogue Dela e por isso não quis continuar uma discussão que poderia fugir ao que ela deseje para aquele espaço; caso algo deseje para aquele espaço. Ou seja: dei-me conta que estou a ficar bem-educado....jesus).

Fugindo ao tema da discussão não tida, mas que caminhava num outro sentido (falávamos de Segredos e do que se pode ou não entender como tal), volto à fotografia: uma mulher misturada num campo de flores.

Mesmo pensando eu que a única forma de guardar segredos é anunciando-os, por respeito à opinião dela (estou mesmo a tornar-me bem educado, aos 34 anos continuo a perder as poucas qualidades que tinha) mantenho em segredo os nomes dos "personagens" da fotografia.
Apenas disse tratar-se de uma mulher (não disse que se chamava Sofia pois não?) e de flores (malmequeres no caso). Opsss. hummm...pronto, não vou dizer o nome de cada malmequer!!!

O que tento dizer aqui (há tanto tempo que não escrevo aqui e de forma directa no computador que isto está mesmo terrível; ao menos os posts não poderão piorar) é que aquela fotografia apenas me faz recordar:

Sofia não desfolhava os malmequeres porque sabia que todos lhe diriam que sim!

quarta-feira, março 19, 2008

(des)aparecendo I

Aparecendo de repente tanto tempo depois num sítio que supostamente me pertence.

E tudo devido a malmequeres (ás flores, refiro-me).

Explico-me mais logo que agora são horas de copos.
por certo tinha razão o Zé Manel: este não é um blogue desistente (foi só para vos alegrar que fiz que parecesse tal coisa).