Normalmente as coisas têm dedicatória.
Os blogues também deveriam ter.
O meu a partir de agora tem.
Para Mafalda.
(apenas retórica, pois na verdade apenas queria dedicar qualquer coisa a ela e não sabia o quê. Lá se foi a retórica)
segunda-feira, agosto 13, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Qué bello dedicar este blog a Mafalda. Supongo que para ella una de las opciones fue una forma de desaparecer.
Ay, nooooo!!! Espero que a Mafalda no le de también por desaparecer... Creo que voy a recoger firmas para que Mafalda no desaparezca... me cae bien ;)
Como Homero e Odisseus dedicaram o deles a Penélope, essa tecedeira de Ítaca que dia e noite escrevia na tela o guião implausível para o herói e para o seu poeta, desfiando-lhes os mares, os anos, as ilhas, as palavras. Toda a Odisseia consiste na peculiar forma de desaparecer que é a dessa ausente; nessa forma insuprimível (que funda todo um estilo)de Penélope desaparecer, que faz com que tudo o mais imparavelmente apareça - até que também ela própria por fim. A sua ausência é a força da remada, a bruma da manhã seguinte, a agonia sirénica, o seu perfil depois de vinte anos - é o segredo das formas aparecidas. Que ainda o seu mesmo aparecer persiste uma forma de desaparecer: pois ela, tal como alêtheia, é o feminino do aparecer. Longe de desaparecer, ela é o seu exacto contrário (assim como o feminino depara o masculino na tabela pitagórica): languesce, por essência e sem opção, n' "uma forma" ( ah, perdurante entre todas!...) de desaparecer; e o blogue, seu homónimo, já o sabia no que toca à metafísica refinada da presença evanescente e à sensação de adeus sem fim nutrida existencialmente pelo exercício subtil de uma fé apofática. Já o sabia no seu animus mental, imune aos supostos paradoxos e aos trocadilhos de perplexidade emitidos sobre a precariedade e pessimismo de um blogue que erradamente se suspeita "desistente". Só agora o sabe no seu arquétipo feminino, na sua significação segundo a anima: se há uma formadedesaparecer que é a do animus, a anima É umaformadedesaparecer.Daí a tendência hierogâmica.Umaformadedesaparecer só podia dedicar-se a uma forma de desaparecer que é a sua forma paradigmática. Ninguém têma por desaparecimentos ou desaparecidas.
Enviar um comentário